Executivos que escutam as suas Populações

Opinião de Diamantino Bártolo
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Deve-se compreender, com tolerância e consideração, que a fragilidade da condição humana conduz, frequentemente, ao erro e que as probabilidades de errar são muito maiores naquelas pessoas que têm de tomar decisões, naquelas que exercem uma atividade, porque mesmo quem nada faz, também acaba por errar: primeiro, porque tinha a obrigação de colaborar, de trabalhar, de produzir; segundo, porque quem critica tem a obrigação ético-moral de apresentar melhores alternativas e soluções para as situações e pessoas criticadas.

A Assessoria para os deveres e direitos do munícipe e do cidadão, procurará conjugar todo o património cultural do Concelho, suportado na autoridade da tradição, seus princípios e valores, com as novas filosofias da vida moderna, alguns valores, entretanto assumidos, designadamente, pelas gerações mais novas, que, no futuro, serão os quadros técnicos, políticos e dirigentes das diversas instituições.

Nesta perspectiva, um dos deveres da comunidade concelhia, circunscrever-se-á à volta da tradição, obviamente daqueles usos e costumes seculares, que não colidem com os valores do respeito, da dignidade da pessoa humana, da religião professada por cada indivíduo, com a proteção dos animais e do ambiente, no quadro bio-ecológico da democracia.

Portugal é, atualmente, um país de acolhimento e, nestas circunstâncias, certamente, procederá, através dos governantes e da população, em conformidade com o que no passado (e ainda num pretérito, relativamente recente, na situação dos emigrantes portugueses no Canadá, ou até aqui ao lado, na Espanha) exigia aos países que recebiam os trabalhadores portugueses.

Indubitavelmente que se defende a elaboração, publicação e fiscalização de leis justas, humanas, facilitadoras para o acolhimento e integração de imigrantes, para que todos tenham trabalho digno, salários compatíveis e justos, regalias sociais para os próprios e seus familiares, aceitação das respetivas culturas e integração dos traços étnico-culturais que forem possíveis, na cultura portuguesa, o que só enriquece o património nacional. Igual atitude se deseja por parte dos imigrantes, no sentido de aceitarem a nossa cultura, nas vertentes que lhes são compatíveis.

Quando, objetivamente, se aborda a cidade educadora, pretende-se convocar para este novo conceito as autarquias, as empresas, as instituições e movimentos cívicos, os mecenas e a própria comunidade, organizados em torno de projetos educativos e formativos para toda a população.

Cidade/localidade que oferece tais oportunidades aos seus residentes, e a todos os outros cidadãos que nela trabalham, a visitam por períodos regulares, ou pretendem deslocar-se, a qualquer título para lá, é sempre uma cidade cujo progresso e prosperidade se farão sentir a curto prazo, beneficiando todos aqueles que nela apostaram: pelo recurso à educação e formação; ao estudo e ao trabalho.

O investimento público reveste-se de características muito específicas, desde logo porque sendo público e, salvo as exceções legais e legítimas, deve ser canalizado para o bem-comum de toda a população, precisamente em: melhoramentos que confiram bem-estar geral; ajudem ao desenvolvimento e progresso da comunidade. Nesse sentido, e para salvaguardar as justas aspirações das populações locais, como regra de oiro a seguir pelos executivos, a auscultação dos interessados é muito importante: quer através das entidades e órgãos democráticos eleitos, associações e coletividades; quer fazendo parcerias com as instituições que para tal se disponibilizem e se assumam, responsavelmente, para execução das tarefas delegadas.