REUNIÃO DESCENTRALIZADA NA FREGUESIA DE VILE

28 OUTUBRO 2019
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A freguesia de Vile recebeu mais uma reunião descentralizada e, como tem sido habitual, a primeira intervenção foi do presidente da junta de freguesia, José Lima.

José Lima enunciou algumas obras realizadas na freguesia, assim como as intervenções de manutenção e limpeza. Informou que se iniciou o alargamento do parque de merendas junto a capela de São Pedro de Varais e que recentemente fizeram um acordo com a empresa Raiz da Terra para a intervenção de um arruamento, que será em tout-venant e a sua manutenção ficará a cargo da empresa.

Informou ainda que está prevista a reabertura do café no centro da vila para o mês de novembro.

“Sentiram de parte da câmara mais apoio no último ano e agradeceu ao executivo, salientando que o apoio em mão de obra é muito bom”, afirmou José Lima.

Referiu que nas últimas três vezes que pediu apoio ao município, teve resposta imediata, sendo que na última vez intervieram no dia seguinte.

Foram vários os munícipes que se inscreveram, cabendo a primeira intervenção a Vitalina Lima, que se referiu à iluminação pública, nomeadamente a um poste coberto por vegetação pertencente à quinta do cruzeiro.

Maria da Conceição Painhas

Preocupada com o tema do lítio na Serra d’Arga, abordou a sessão de esclarecimento que aconteceu na freguesia e mostrou preocupação a nível de impacto ambiental que pode trazer esta prospeção e exploração. Questionou qual é a posição do município relativamente ao tema do lítio.

Sobre este tema o Vice-Presidente Lagido Domingos respondeu, fazendo o historial deste processo.

Afirmou que a questão do lítio não é nova. Houve vários pedidos no passado para exploração. Desde que este executivo entrou, há 6 anos, o município já emitiu três pareceres. O primeiro terá sido em 2015 e os argumentos utilizados foram sempre os mesmos, com uma diferença, no primeiro parecer os fundamentos basearam-se apenas em suspeitas sobre a Serra d’Arga, o último parecer emitido foi realizado de forma muito fundamentada, com base científica. Foi realizado um trabalho com um inventário do património e dos seus valores e pode ser visto na página www.serradarga.pt

“Se existisse uma exploração, o impacto nas bacias hidrográficas iria ter grande impacto no rio Âncora, Coura e Minho, onde existem espécies importantíssimas, algumas que já não eram avistadas há cerca de 40 anos”, disse Lagido Domingos.

Disse ainda que o concelho de Caminha tem quatro sítios de Importância Comunitária (SIC), o Sítio da Serra d’Arga, que abrange toda a serra e cobre grande parte do vale do Âncora, o Sítio do Sapal do rio Âncora, o Sítio Litoral norte, que abrange grande parte da costa, e o Sítio rio Minho. Salientou que foi referido no parecer que qualquer intervenção vai afetar estes Sítios de Importância Comunitária.

A câmara não se limitou a escrever uma carta. Realizou um estudo e deu nos seus pareceres que não deve acontecer nenhuma prospeção e exploração que afete direta ou indiretamente os SIC.

Informou que no dia 30 deste mês [outubro] vai decorrer uma reunião que tem como tema a delimitação para proposta de Área de Paisagem Protegida de âmbito Regional.

João Oliveira 

O tesoureiro da junta de freguesia de Vile iniciou a intervenção dando os parabéns à Câmara de Caminha pela iniciativa das reuniões descentralizadas.

Referiu que o valor que o município atribui à junta de freguesia, para limpeza, é insuficiente e pediu que a Câmara de Caminha também possa fazer algumas limpezas, como acontece com as freguesias vizinhas, referindo-se aqui, presumivelmente, a Vila Praia de Âncora.

Marina Coelho

Questionou o executivo da câmara sobre a possibilidade de a calçada romana junto à capela de São Pedro de Varais ser recuperada, afirmando que a junta não tem capacidade financeira para o fazer.

Sobre a escola primária pediu que fosse realizada uma intervenção e informou que existe a Associação de Vile e não há um espaço para realização de diversas iniciativas, sendo esta a única freguesia sem um espaço digno para eventos como teatro, reuniões, entre outras.

João Codeço

Referiu igualmente a questão da escola primária, passando depois a um assunto já trazido noutra reunião descentralizada, o edifício da antiga ordenha, que não é bonito, está no centro da vila e continua sem solução.

Sobre os incêndios florestais no vale Âncora, relembrou a presença do vereador Lagido Domingos nos últimos incêndios da freguesia e salientou que sempre que há incêndios no vale de Âncora, Vile é afetado. Sobre a gestão de combustíveis, afirmou que estas deveriam ser realizadas mais próximas da freguesia, referindo que com as alterações meteorológicas os incêndios tendem a ser piores, mais agressivos, aproveitando para pedir à Câmara de Caminha um kit de combate ao incêndio para a freguesia.

Falou ainda sobre os contentores do lixo. Por várias vezes encontrou alimentos ainda fechados no contentor, sendo que por vezes o cheiro é nauseabundo. Sugeriu que a Câmara de Caminha deve dar mais informação às pessoas.

Em resposta a estes temas, Lagido Domingos, referiu sobre a escola que houve duas reuniões com a junta de freguesia, fizeram-se alterações pedidas e depois não houve mais feedback da mesma. Propôs marcar uma reunião para a semana seguinte de forma a avançar com o projeto de arquitetura. “A necessidade de estabilização é importante para conseguir esta intervenção”, afirmou.

Sobre as florestas, Lagido Domingos disse que temos espaços florestais relativamente pequenos e a defesa tem de ser ampliada. Exemplo disso é a floresta dos baldios de Riba de Âncora, que não tendo escala ardeu há pouco tempo. Disse que não há defesa de Vile, há defesa de toda a área do concelho e tem de ser visto a uma escala ampliada.

Transmitiu que o concelho tinha uma equipa de sapadores florestais e atualmente tem duas, que têm limpo e feito a manutenção dos pontos de água e dos acessos florestais. Foram ainda criadas duas equipas de intervenção permanente (EIP) e tem sido feito fogo controlado e tem-se diminuído o risco de incêndio.

“O combate aos incêndios tem de ser visto de forma diferente de há 50 e há 20 anos”, disse.

Temos incêndios a vir dos concelhos vizinhos, Vila Nova de Cerveira e Viana do Castelo, afirmando que os baldios e a população têm também de se mobilizar e identificar as zonas de risco. Ninguém pode estar absolutamente tranquilo, pois os incêndios são cíclicos. “Criando zonas de descontinuidade e criando acessos não evitamos incêndios, mas ficamos mais protegidos”, afirmou Lagido Domingos.

Sobre o tema introduziu ainda o tema da revisão do PDM e das habitações dispersas, em zonas de floresta, pois são um problema constante. Continuam a aparecer intenções de construir casas em floresta e a revisão do PDM fez a contenção da construção nestes locais.

Paulo Pereira

O vereador da oposição agradeceu a forma como são acolhidos em Vile e felicitou o trabalho da junta na freguesia. Sobre a exploração do lítio, felicitou o executivo pela sessão que realizou para esclarecer a população.

Miguel Alves 

Sobre a antiga ordenha, salientou que é um edifício privado. A junta de freguesia tem andado atrás de uma solução e tem tentado negociar, mas os valores são sempre o dobro ou o triplo do valor proposto.

“Tem sido difícil gerir as equipas da câmara no vale do Âncora. Tem sido mais fácil no vale do coura”, referiu Miguel Alves.

Sobre as pequenas intervenções em pavimentos disse que a falta de calceteiros é visível e as dificuldades são conhecidas de todos, quer da junta quer do município. As contratações que foram feitas foram nas escolas, pois a prioridade tem sido na educação, nas nossas crianças, e os resultados a nível regional tem sido visível.