Conclusões da Comissão Municipal de Proteção Civil mostram importância da conduta individual para travar a Covid 19

Câmara Municipal aumenta apoios à população e “aperta cerco” à pandemia
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O Presidente da Câmara Municipal deu conta, ao Executivo, das principais conclusões da reunião da Comissão Municipal de Proteção Civil, que juntou durante toda a manhã do dia 2 de novembro, nos Paços do Concelho responsáveis de várias áreas. Em causa estava a situação epidemiológica no concelho de Caminha e a avaliação de eventuais medidas que possam vir a acrescer às decisões tomadas sábado pelo Governo no sentido de conter a pandemia COVID 19, nomeadamente em 121 municípios, de que Caminha faz parte.

Conforme revelou Miguel Alves, fazendo o enquadramento dos factos e sintetizando a informação que resultou das intervenções dos responsáveis dos Centros de Saúde de Caminha e Vila Praia de Âncora, Direção do Agrupamento de Escolas, representante das Juntas de Freguesia e GNR, há conclusões muito importantes, que demonstram a importância da conduta individual e do não relaxamento, se quisermos travar o avanço da pandemia.

Como é público, registou-se no concelho um forte crescimento do número de infetados a partir do final de setembro e durante o mês de outubro, sendo certo que a maioria das pessoas infetadas estão bem, assintomáticas ou com sintomas leves. A origem da maioria das infeções é, porém, muito relevante, já que “a maior parte dos casos de infeção (certamente mais de dois terços), surge no contexto de um forte relaxamento individual: encontros familiares associados a almoços, jantares, celebração de datas importantes (aniversários, batizados, casamentos) ou entre colegas de trabalho, principalmente no momento pós-laboral, depois de saírem do trabalho”, sublinhou o Presidente da Câmara.

Por outro lado, houve “bons resultados nos espaços organizados – escolas, lares, apoio domiciliário, empresas, serviços, restaurantes, comércio, instituições públicas e privadas e eventos”, disse Miguel Alves, exemplificando com o caso do Agrupamento de Escolas, onde nenhum dos casos surgiu na escola, mas antes foram importados. No entanto, logo que surgiram tiveram forte delimitação, nunca irradiaram significativamente para colegas, mesmo dentro da “bolha”.

O Presidente disse ainda que é possível concluir que existe uma forte estigmatização das pessoas infetadas – pelas próprias (culpabilização) ou pelos outros (pela crítica severa). Também se verificaram alguns casos, em número não displicente, que dizem respeito a pessoas com morada no concelho mas que estão noutros locais, caso de estudantes universitários.

Miguel Alves forneceu ainda alguns números: em duas semanas do mês de outubro (incluindo a última), Caminha teve mais de 240 casos por 100 mil habitantes. Na última semana, tivemos o índice 296 que foi o segundo maior do distrito. Temos ainda 28 dias seguidos com um índice superior a 60 casos por 100 mil habitantes (o número maior no distrito) e 14 dias seguidos sempre com crescimento de casos.

Em síntese, razões suficientes para que a Câmara Municipal, além de cumprir naturalmente as decisões do Governo, decida tomar outras, como a revitalização da Rede Complementar de Apoio, com mais publicidade, mais recursos, mais entregas, sendo que até agora se somam quase 400 entregas ao domicílio. Vai ainda fazer-se a reabilitação da Linha de Apoio Psicossocial ao Munícipe.

Como já foi tornado público, a Câmara também decidiu proceder ao cancelamento de todos os eventos culturais, desportivos e lúdicos que não permitam controlo efetivo sobre lotação, circuitos e distanciamento social. No contexto municipal, não se realizarão almoços e jantares de Natal – como almoço das IPPS ou o tradicional jantar da Câmara Municipal de Caminha

Mantêm-se medidas de proibição de uso de parques infantis, de equipamentos desportivos por atletas não federados, fontes, fontanários, etc.

Entretanto, face à última posição do Governo, a Câmara vai manter a realização das feiras semanais, à quarta e à quinta-feira, respetivamente em Caminha e Vila Praia de Âncora, por estarem reunidas as condições de segurança e o cumprimento das normas da DGS, como o controlo da lotação, higienização e uso de máscara obrigatória, bem como de vigilância por parte das equipas municipais e da GNR.

Conforme referimos oportunamente, o Governo, na redação final da Resolução do Conselho de Ministros, permitiu a autorização das mesmas por parte do Presidente da Câmara Municipal, caso estejam verificadas as condições de segurança e o cumprimento das orientações definidas pela DGS.

As medidas serão reavaliadas a todo o momento.