A vida humana apresenta-se, ao longo de todo o seu percurso, como uma imensa rede de relações diversas, as mais importantes das quais poderão situar-se aos níveis: familiar, religioso, profissional, político e inter-relacional, cuja gestão implica: conhecimentos, experiência, sensibilidade, princípios, valores, sentimentos e emoções diferentes, boas-práticas, complementaridade das múltiplas dimensões que caraterizam a pessoa humana.
Na sociedade contemporânea, ainda no primeiro quarto do século XXI, verificam-se grandes mudanças, em relação ao que nos descrevem a História nas suas múltiplas especialidades, e muitas outras disciplinas das Ciências Exatas e das Ciências Sociais e Humanas. De facto, dir-se-á, ainda que simbolicamente: “o mundo gira a uma velocidade estonteante”.
Já quase ninguém acompanha o ritmo das ciências e da tecnologia, podendo-se afirmar, com alguma ironia subjetiva, que até parece que estamos a regredir nos conhecimentos, justamente porque cada dia que passa, surgem novas teorias, experiências, soluções, problemas, práticas, invenções, enfim: resolvem-se umas situações à luz dos conhecimentos e ensinamentos experienciados; mas outros enigmas, conflitos e situações, com mais ou menos dramatismo, emergem na vida da humanidade.
Entretanto, no que à dimensão axiológica se verifica é que: por um lado, os grandes valores universais, na maioria da população mundial persistem, como a: saúde, família, trabalho, paz, justiça, felicidade, (independentemente do conceito que esta possa merecer), Graça Divina; por outro lado, diversos valores parecem relativamente esquecidos, ou pelo menos pouco lembrados e, eventualmente, envergonhados na sua práxis como o: respeito, amizade/amor, gratidão, solidariedade (este valor, felizmente, muitas pessoas o exercem com grande alegria, entusiasmo e generosidade), lealdade, dignidade, entre outros.
Apesar das muitas dificuldades que diversas sociedades atravessam, a portuguesa incluída, ainda vai havendo imensa sensibilidade do povo anónimo e generoso, bem como de algumas instituições, públicas e privadas, para o exercício de valores fundamentais, para que muitas pessoas consigam viver com um mínimo de dignidade e conforto material.
Segundo algumas estatísticas, a situação tem vindo a melhorar nos últimos anos, mas não se pode ignorar que o número dos mais vulneráveis e carenciados ainda é muito preocupante, sem que se vislumbrem soluções efetivas e definitivas de alteração para melhorar, necessidades essenciais básicas de grandes extratos da população, que ainda sentem na pele a pobreza, a exclusão nas suas diversas “especialidades” e outros dramas inimagináveis.
O valor Prosperidade, progressiva e sustentável, não só ao nível objetivamente material, mas também subjetivamente, no âmbito da: educação, formação, criação de condições para o aumento e valorização da autoestima. Claro que se concorda com uma prosperidade material, de conforto e bem-estar, de trabalho, complementada e em reciprocidade com uma prosperidade de autoafirmação com: dignidade, mérito próprio, dentro de regras, princípios legais e legítimos, valores, sentimentos e emoções.
Como seria interessante, inédito e corajoso que alguém, individualmente, ou em grupo e, neste caso, constituísse lista para uma “Assembleia Nacional da Defesa da Dignidade e Prosperidade da Pessoa Humana”! É evidente que esta ideia não passa de uma utopia, até porque tem imensos argumentos contra, desde logo constitucionais, leis e regulamentos específicos, aos próprios programas político-partidários, e projetos eleitorais, só que, tudo isto parece de difícil execução e muitas normas da lei fundamental nem sequer passam do papel, como se de uma carta de boas intenções se tratasse.
Sem a prosperidade de um povo, não há desenvolvimento, e sem este não se atinge aquela. É um círculo vicioso, do qual parece não se sair. Não é como o empobrecimento galopante que se carateriza, precisamente, pelo oposto da prosperidade, que se consegue atingir um nível razoável de conforto material e de realização pessoal.
Não é castigando o povo trabalhador, os reformados e pensionistas, com medidas fiscais de grande intensidade, com cortes injustos, retroativos (eventualmente imorais e inconstitucionais), que se proporcionam condições e capacidade de aquisição de bens e serviços. Não é com retaliação institucional que, na verdade, atinge os mais fracos, que se chega à prosperidade e à felicidade que ela pode comportar e/ou acrescentar.
A promessa eleitoral, por exemplo, para aumentar, sustentavelmente, a prosperidade, poderia ser um grande desígnio universal, nacional, regional e local, nem seria necessário mais nenhuma promessa, para se vencerem eleições, todavia, um tal compromisso que, por outras palavras, até já tem sido anunciado, nunca foi cumprido, por isso, também daqui resulta que a prosperidade para alguns povos, grupos, famílias e pessoas não passa, ou não tem passado, de uma utopia, bem pelo contrário, o empobrecimento e a miséria é que são a realidade.
Com efeito: é fundamental que as populações tenham um nível e qualidade de vida sustentáveis por um desenvolvimento equilibrado, para se entrar num círculo de prosperidade progressiva e, nesse sentido, é necessário que o poder de compra aumente gradual e irreversivelmente; é urgente estabelecer uma verdadeira prioridade nacional; que se coloquem todas as sinergias ao serviço da criação de riqueza (não de empobrecimento), de produção de bens e serviços da melhor qualidade.
Ora, isso consegue-se com a maior taxa de empregabilidade para todas as faixas etárias (ninguém pode ficar de fora de um projeto mundial, nacional regional e local de produção de riqueza), com salários que permitam aos trabalhadores e suas famílias um grande poder de compra, porque o consumo estimula a produção, o lucro dos investidores, a modernização das empresas, o reinvestimento, a criação de mais postos de trabalho, melhores salários, mais exigentes qualificações, o que leva à educação e formação. Trata-se de uma “espiral progressiva para a prosperidade”.
É possível criar-se, um “PPP – Partido para a Prosperidade Progressiva” o ainda: “Partido para a Prosperidade do Povo”, (não confundir com as PPP – Participações Público-Privadas), o qual poderá ser constituído por todos os cidadãos que queiram um futuro promissor, para eles próprios, para as famílias, para as empresas, para o país e para as gerações vindouras, (ou então adotar-se aquelas palavras como lema para qualquer movimento interessado na defesa do povo em geral e dos mais fracos em particular: “governar para o povo, com o povo e pelo povo”.).