População encheu o novo Mercado Municipal de Caminha fazendo da inauguração uma festa popular

Equipamento é uma autêntica janela para o Rio Minho e era aguardado há mais de quatro décadas
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“Este nosso novo Mercado é uma janela aberta virada para o Rio Minho e para o coração da Vila de Caminha”, considerou hoje o Presidente da Câmara, Rui Lages, na inauguração do novo Mercado Municipal de Caminha. Aguardado há mais de 40 anos pela população, não é, pois, de estranhar que, ao abrir hoje as portas para a sessão, o equipamento se enchesse imediatamente de gente, muita gente, que com o seu entusiasmo, fez da cerimónia uma festa. No final houve uma sardinhada, proporcionada pela Associação de Pescadores de Caminha e por vendedoras de peixe. Não faltou ainda a música tradicional, pela Tocata e Cantata da Academia de Música e Dança Tradicional de Caminha e Vilarelho.

Alegria, emoção, felicidade ou gratidão foram palavras que se ouviram nas intervenções, mas também entre o público. O novo Mercado Municipal de Caminha, um investimento de cerca de 600 mil euros, é uma estrutura moderna, ampla, bem equipada, que proporcionará “novas vivências, que atrairá novos investimentos, que será um centro de encontros, de vendas, de produção gastronómica e cultural”, referiu ainda Rui Lages.

Neste projeto, da autoria dos arquitetos Rui Rosado Correia e Tiago Sousa, vendedores e público terão sempre contacto visual com o Rio Minho, com a luz natural, com toda a beleza da envolvência. O Presidente considerou também que hoje se fez História no concelho e lembrou sumariamente todo o processo que conduziu até aqui, desde que o mercado anterior se tornou obsoleto e insalubre e se encarou com determinação a necessidade de o substituir, conseguindo-se o financiamento, acomodando provisoriamente os vendedores, iniciando a construção num momento de incerteza, ditada por uma pandemia. Todos os constrangimentos foram vencidos e o Mercado está aí: “a verdade é que temos aqui uma obra de arte que nos insta e interpela sobre o porquê das coisas. Mas, temos sobretudo, uma obra que pode ser vivida e fruída pela nossa população (…) quero que este equipamento possa se vivido e desfrutado por todos Quero que nos possamos orgulhar de um Mercado de última geração, com equipamentos novos, com mais vendedores, com mais animação, com mais dinâmica e, acima de tudo, que possa ser uma nova centralidade para a Vila de Caminha e para o concelho de Caminha”, disse ainda Rui Lages.

O Presidente agradeceu também a todos os que tornaram possível esta obra e, dirigindo-se especificamente aos vendedores, concluiu: “a partir de agora este será o vosso novo local de trabalho. Mimem-no, usufruam-no, cuidem dele. Mas, acima de tudo, potenciem-no. Estou muito orgulhoso do trabalho que temos vindo a desenvolver em conjunto, em proximidade, em diálogo constante. Por isso mesmo, sintam este Mercado como sendo também a vossa casa”.

Miguel Gonçalves, Presidente da União de Freguesias de Caminha e Vilarelho interveio imediatamente antes para expressar o seu contentamento pela concretização da obra, que materializa um sonho: “as minhas palavras só podem ser de felicidade e gratidão”. O autarca agradeceu a todos os que contribuíram para que o Mercado Municipal se tornasse realidade, destacando o “empenho, a força e a resiliência” dos lojistas, e o trabalho desenvolvido pelo anterior Presidente da Câmara de Caminha, Miguel Alves, e pelo atual, Rui Lages.

A finalizar, disse ainda Miguel Gonçalves, dirigindo-se ao Presidente da Câmara: “há algumas pessoas que veem tudo pela negativa, nada lhes parece bem, tudo está mal. Há 500 anos, Camões já os retratou na figura do Velho do Restelo. Mas quero-lhe dizer que onde outros só veem Adamastores, nós vemos o Cabo da Boa Esperança. Este novo Mercado é a alavanca que projetará Caminha e a sua atividade económica. Será, sem dúvida, a nossa boa esperança para o futuro promissor da nossa Terra”. ´

Na cerimónia interveio também Augusto Porto, o Presidente da Associação de Profissionais de Pesca do Rio Minho e do Mar, com palavras de satisfação, evocando histórias e memórias do Mercado. Agradeceu sobretudo às peixeiras, por guardarem essas memórias e, por outros motivos, ao Presidente da Câmara, porque, “hoje, a gente da nossa Terra, a gente que nos visita, tem um local com dignidade para poder comprar, passear, conviver com o melhor que a nossa Terra e o nosso mar têm”.

A primeira intervenção foi do arquiteto Rui Correia, que explicou algumas opções de materiais e arquitetura.

O novo Mercado Municipal vem simultaneamente melhorar uma importante entrada da Vila de Caminha, pela zona ribeirinha, ela também, entretanto, requalificada. O projeto, como referimos, do novo Mercado Municipal de Caminha, é da autoria dos arquitetos Rui Rosado Correia e Tiago Sousa. Esta nova estrutura conta com quatro lojas viradas a sul, 12 bancas para venda de peixe, fruta e legumes, zonas de cargas e descargas, armazéns de frio, viveiro e outras valências. Exteriormente, o novo complexo é composto por uma série de colunatas que permitem a transparência do mercado e ao mesmo tempo proteger do sol as pessoas que trabalham no mercado.