Os Caminhenses devem Mil e Quatrocentos Euros por Cabeça

Bloco de Esquerda do Concelho de Caminha
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Mil e quatrocentos euros!

É este o valor que cada residente no concelho de Caminha deve, por via do despesismo e da má gestão da Câmara Municipal de Caminha.

Ao longo dos últimos anos, a má gestão dos executivos dos partidos que se vão revezando no governo municipal, ora do PSD, ora do PS, transformaram este concelho num dos piores concelhos para se viver, desde logo no conjunto do Alto Minho, devido à incompetência e falta de quaisquer perspetivas de futuro, quebradas ocasionalmente com as promessas ilusórias de realizações megalómanas.

Poderá haver quem considere ser muito agradável este nosso concelho, especialmente no verão, para visitar, mas apenas para isso, para visitar, para estar de passagem, e não para quem nele queira viver a tempo inteiro, tendo de pagar IRS na taxa máxima, tendo de pagar IMI na taxa máxima e até as empresas geradoras de emprego pagam derrama na taxa máxima, tudo nos máximos que a lei permite, porque se se não houvesse limite ou o limite fosse maior, cobrar-nos-iam ainda mais.

Para além dos residentes não terem perspetivas de futuro no município, muitos têm de trabalhar fora e vêm aqui apenas dormir, tendo fé em que não ocorram desgraças como as que ocorreram na última passagem de ano, porque se for necessário fazer alguma obra, nem que seja levantar um muro caído, sabem que não podem contar com a ajuda do município, porque o que o município quer não é dar, isto é, não é realizar a sua função social, mas apenas cobrar e têm mesmo muito que cobrar de cada um; para já 1400  euros por cabeça e por todas as cabeças de todos os munícipes e, cuidado, ainda somos uns quantos.

E não, não estamos a inventar nada. É o próprio governo central, da mesma cor partidária do governo municipal, quem o diz, embora as contas também não sejam difíceis de fazer.

É mesmo o Governo de Portugal, de maioria PS, quem diz que cada caminhense deve os 1400 euros (1,4 mil) – pode confirmar na página governamental:

E enquanto os caminhenses permanecem reféns desta gestão e as suas vidas se mantêm suspensas sem oportunidades de futuro no concelho, eis que o novo presidente do município também já embarcou nas megalomanias que caracterizavam o anterior presidente, embora de forma, para já, ainda tímida, anunciando maravilhas que ajudam a iludir e a inebriar os caminhenses.

A última maravilha já não é um tão deslumbrante pavilhão transfronteiriço e outros que tais, agora veio o atual presidente do município anunciar que Caminha tem de se tornar uma cidade comum com a galega A Guarda, uma cidade que, como o pavilhão, também é transfronteiriça e detém um pomposo apelido de europeia, isto é, uma eurocidade.

Esta última maravilha transfronteiriça nem sequer detém uma ligação que una as duas localidades, primeiro, porque caiu o cais galego e foi necessário refazê-lo, agora porque há areia a mais e há que desassorear, e depois porque será o problema do motor da embarcação que não vai pegar, a não ser que seja de empurrão.

Não foi este executivo sequer capaz de prever os passos seguintes, como manter o canal navegável durante todo este tempo em que se aguardou pelo cais da margem galega. É ridículo que só se vá iniciar o assunto do desassoreamento agora, depois do cais concluído, quando qualquer pessoa com um mínimo de senso comum (basta o senso comum, nem sequer é preciso bom senso) percebe que se podia ter tratado da areia do canal enquanto se reparava o cais galego, tal como a própria manutenção do motor e estrutura do “ferryboat”, cujas deficiências e anomalias surgirão daqui a mais de um ano, depois do desassoreamento concluído e cais galego pronto.

Desenganem-se os caminhenses. Esta ligação fluvial não vai voltar a estar ativa nos próximos anos, apesar da informação que o executivo municipal vai debitando.

E é este o modelo e o modo em que se trabalha no município para “manter” a ligação que se pretende que una as duas localidades, para que se possam constituir como uma povoação única, transfronteiriça, a tal eurocidade. Ou será que a promessa eleitoral, reiterada pelo anterior presidente do executivo municipal, a par de tantas outras promessas maravilhosas e revolucionárias para o concelho, como a aquisição de um deslumbrante “ferryboat” elétrico transfronteiriço, se vai agora concretizar?

Já agora, quem deve 1400, deve 1500 ou 2000. Se não há vergonha para pouco, então que seja muito; deve ser este o conceito que norteia o executivo, porquanto continua a esbanjar o dinheiro atribuído – dinheiro que não é atribuído ao executivo nem ao partido, mas aos caminhenses –, com festas e festinhas para que se sintam todos satisfeitos e encantados.

Caminha, 15 de setembro de 2023
A Comissão Concelhia do Bloco de Esquerda de Caminha

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